Friday, September 23, 2005

Suzanne


"Jesus was a sailor
When he walked upon the water
And he spent a long time watching
From his lonely wooden tower
And when he knew for certain
Only drowning men could see him
He said "All men will be sailors then
Until the sea shall free them"

Suzanne by Leonard Cohen

Tuesday, September 20, 2005

More Than this..

I could feel at the time
There was no way of knowing
Fallen leaves in the night
Who can say where they´re blowing
As free as the wind
And hopefully learning
Why the sea on the tide
Has no way of turning
More than this - there is nothing
More than this - tell me one thing
More than this - there is nothing.


(Still hate you... )

Thursday, September 15, 2005

Trovoada

Nos dias de trovoada há um nevoeiro de fantasmas que vem do mar. Trazem, com o cheiro a maresia, as recordações daqueles que nos chamam e não podemos ouvir e a profundidade dos desertos que não podemos conhecer.São de sal, de algas e musgo estas pedras da calçada. Estas paredes, de iodo fossilizado. As ruas feitas de areia sem pegadas.E as almas das pessoas são anémonas que ondulam com a força do passado, esse dançarino de olhos brancos como os cegos.

Monday, September 12, 2005

Reencontro

A lisboa da minha vida tem o olhar de um apaixonado descrente. A certeza incontornável de um condenado. Nos seus becos jazem crianças perdidas e canções libertadas. As paredes das suas casas são de estuque dormente de velhice e nostalgia. As suas portas e janelas, miradouros de quimeras e fantasias.É já com a certeza do fado insinuando-se no meu peito que redescubro as suas praças e colinas, coalhadas de pombos e velhos. E o cheiro da chuva paira no ar, neste céu de setembro, por vezes pintado de nuvens púrpura, para anunciar a marcha dourada das folhas tombadas.

O Outono chegará breve. Para meu consolo.

Tuesday, September 06, 2005

Gaivota

No olhar de uma gaivota encontro o grito que nunca soltaste. O que faltou dizer são ondas numa maré que não alcanço e que seguiu o seu rumo, o que falta ainda dizer são todas as páginas amarelas e bafientas de uma bíblia que não se abriu. Saberás da sacralidade do silêncio construído a partir de um amor impossível de concretizar. Saberás que o tempo é apenas uma coisa de difícil contorno e abstracção, que subscreves com uma dignidade lúcida e consentida. Não mais tentarei decifrar esses verbos tão raros, essas palavras de ébano e marfim, essas melopeias infinitas que se evaporam quando as tentamos expressar por frases. Recolho-me, como tu, no silêncio que me foi deixado, já sem rancor, já sem revolta. E compreendo que foi essa a tua escolha, esse será o teu fardo que carregarás com orgulho e que aceitarei.

Monday, September 05, 2005

Por momentos (deixa-me ser outra que não eu)

I hate you I hate you I hate you I hate you I hate you ...até me faltar o fôlego. Até o dia amanhecer e desapareceres de vez da minha vida. E que poesia me permita crescer forte sem a tua sombra a esconder o sol.