Sunday, August 07, 2005

Improvisos nocturnos #1

Minha alma é corda partida de violino
É céu sem chegar a mar
É afluente que seca antes de chegar ao rio.
Os dias crescem cinzentos e negros como o tempo.
O nó na garganta da alma sufoca-me
Perdi a luz da escrita.
Perdi-me, morri-me.
Nem com o sussurrar das palavras
encontro opalas em mim.
Mas quero apreender cada sítio contigo
Quero filtrar a sua história
conhecer-lhe os pormenores
Quero partilhar contigo o destino do mundo.
Quero ser eu e tu em cada coisa
E que as nossas mãos se unam
Consanguíneas
E reencontremos as entranhas doces e amargas
de nós.

Clepsidra 2005

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